O projeto UrbanizAÇÃO – Trabalhando os Determinantes da Saúde apresentou os resultados finais aos moradores e moradoras da Avenida Central, em uma devolutiva realizada no sábado, 31/05, reforçando a importância da parceria coletiva em prol da saúde e do bem-estar nas favelas. Ao longo do projeto, foi realizado um extenso levantamento de dados socioeconômicos e ambientais do território, contando com a participação ativa dos moradores e moradoras para trazer as demandas relacionadas à saúde, urbanização em busca de qualidade de vida.
Essas demandas foram debatidas para coletar informações fundamentais e compreender as necessidades reais do território, oferecendo uma visão mais completa sobre o contexto local. Uma dessas ações incluiu rodas de conversa temáticas que ocorreram na sede do Instituto Raízes em Movimento, entre moradores e profissionais da Saúde da Clínica da Família Valter Felisbino, CRAS e CAPS, que discutiram os desafios políticos, econômicos e sociais relacionados à dignidade, cidadania, acesso aos direitos humanos e à saúde.
Cerca de 158 questionários foram aplicados e contou com a participação de 250 moradores e moradoras, sendo realizada entre os meses de agosto de 2024 até maio de 2025. A metodologia consistiu em uma pesquisa porta a porta pela Avenida Central e os becos adjacentes com a aplicação de questionário com perguntas voltadas ao perfil dos moradores, a situação de trabalho e renda, os domicílios, as demandas por melhorias e questionamentos sobre os riscos de deslizamentos.
UM ENCONTRO DE BOAS INTENÇÕES PARA AS FAVELAS
A devolutiva contou com a presença do coordenador do Plano Integrado de Saúde nas Favelas, Richarlls Martins, que demonstrou todo seu carinho e respeito pelo projeto. “Para nós, é uma imensa felicidade ver que poucos projetos são capazes de identificar e ver uma perspectiva tão ampla que pensa em não resolver uma questão de forma emergencial, mas que pensa em muitas outras camadas que dialogam com o problema a longo prazo como o saneamento básico, asfalto, etc.”
Para a coordenadora do projeto UrbanizAÇÃO, Verônica Almeida, comandar a execução do projeto trouxe importantes visões sobre os reais problemas enfrentados pelos moradores diariamente sobre questões estruturais e a relevância de uma organização social para se debater tudo isso e buscar soluções de forma coletiva.
“Os desafios cotidianos relatados pelos moradores me fizeram enxergar a importância de se ter uma organização, como o Instituto Raízes em Movimento, para se debater como a falta de investimento em políticas públicas de urbanização, saneamento e saúde afeta negativamente a qualidade de vida das pessoas. O resultado da pesquisa mostra o quanto ainda é necessário pensar nessas políticas como garantias eficazes de acesso à dignidade humana, saúde e cidadania para todos.”, reflete, Verônica.
Para Alan Brum, co-fundador do Instituto Raízes em Movimento, o projeto é um espelho das demandas que sempre se fizeram presentes nas favelas e serve para criar caminhos para se pensar a saúde enquanto direito atrelada à melhorias de vida a partir das discussões coletivas entre a organização e os moradores.
“Estamos juntos com os moradores e moradoras criando essas alternativas para melhorar a qualidade de vida, entendendo que o projeto prevê a melhoria na saúde e não o relacionando somente com doenças.”
É HORA DE SEGUIR ADIANTE FIRME E FORTE
Com a entrega dos resultados, o projeto UrbanizAÇÃO conclui uma etapa fundamental de escuta e construção coletiva. Mais do que um levantamento de dados, o processo promoveu a mobilização da comunidade e o fortalecimento do diálogo entre moradores, instituições e poder público. O compromisso agora é seguir articulando ações para que as demandas identificadas se transformem em políticas concretas que promovam o direito à cidade, à saúde e à dignidade para todas as pessoas que vivem nas favelas.
O projeto UrbanizaçÃO foi financiado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro, e conta com o apoio técnico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) através da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR).




Favela Viva!
Autora

Assistente de comunicação do instituto raízes em movimento.